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domingo, 25 de setembro de 2016
terça-feira, 20 de setembro de 2016
A DESCOBERTA DO NEURÔNIO-ESPELHO
A
UNIVERSIDADE DE PARMA - Em 13 de março de 962, o Imperador Ottomian I conferiu a Uberto, o bispo de Parma, o início da Universidade no 'Diploma' - um documento que concedeu ao bispo o poder de ordenar e eleger líderes legais. Este documento foi a base da criação de uma instituição de ensino que duraria séculos mais tarde, e inda está preservada nos arquivos do Bispo de Parma hoje.
No início do verão de 1991,
no interior das velhas pedras que fazem parte das paredes da Universidade de Parma, um assistente de
laboratório voltava do seu intervalo de almoço, tomando um sorvete de
casquinha. Ao adentrar nas dependências do laboratório encontrou um velho
conhecido, o macaco Rhesus, membro integrante do grupo
de pesquisas do cientista de renome internacional, Giancomo Rizzolatti. Este
macaco estava com um eletrodo em seu cérebro, sendo fruto de um estudo
relacionado ao planejamento e execução de movimentos em símios.
Ao observar o assistente de
laboratório tomando o sorvete, o macaco que estava com um eletrodo em seu
córtex cerebral, demonstrou interesse imediato. “Quando o assistente levou o
sorvete à boca, a atividade elétrica cerebral do macaco se alterou. Na
realidade, este macaco estava degustando mentalmente o sorvete, inclusive com
todos os movimentos físicos necessários para a realização da ação. Junto com o
assistente, o cérebro do macaco enviava sinais para o seu braço erguer o
sorvete até a boca, salivar e se preparar para uma grande satisfação do primata”,
afirma o Dr. A.K. Pradeep, em seu livro, “O Cérebro Consumista.” Na realidade,
o que estava ocorrendo era uma experiência típica do “Macaco vê, macaco faz”. Embora o símio não estivesse esboçando
nenhum movimento físico alusivo à ação do assistente de laboratório, o seu
cérebro, especificamente os seus neurônios-espelho , estava se
deleitando deste raro momento de pura gula primata.
O Dr. Giancomo Rizzolatti,
responsável pelo experimento em cérebros de
macacos da Universidade de Parma, realizou outras pesquisas
relacionadas, usando amendoins. Quando um macaco observava outro macaco ou um
ser humano comendo amendoim, seus neurônios reagiam de tal forma, parecendo que
os mesmos estivessem realmente descascando e comendo amendoim. Em todas as
situações experimentais, os neurônios do córtex pré-frontal dos macacos Rhesus reagiam da mesma forma.
Em 1994, Rizzolati publicou
sua primeira pesquisa sobre a descoberta recente dos neurônios-espelho.
Nota: Este artigo foi escrito por Carlos
Luppus, com algumas adaptações do livro,
o O Cérebro Consumista, do Dr. A. K.
Pradeep.
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domingo, 18 de setembro de 2016
EDUCAÇÃO: ENSINO E APRENDIZAGEM
Jorge Bucay,
médico e psicólogo argentino, em seu livro QUANDO ME CONHECI, afirma que uma
parte importante de todo o conhecimento adquirido ao longo da vida é
transmitida dos pais para os filhos.
Poderemos
chamar esta “educação de formal,” que é transmitida por meio de ordens, conselhos,
prêmios e castigos. A educação “não formal” é transmitida pelo que não é dito fundamental,
porque as crianças têm uma tendência natural de imitar o que vem, principalmente,
os exemplos dados pelos adultos.
Existe uma
outra forma de ensino que se transmite de geração para geração, incluindo o que
está contido em nosso material genético. Atualmente, os estudiosos do
comportamento humano reconhecem que existe um verdadeiro manancial de
informações que já fazem parte do nosso DNA, que colabora de forma incisiva,
juntamente com as influências emanadas de nossa sociedade, na montagem de
nossas estruturas morais, éticas e sociais.
Da mesma
forma, os nossos filhos terão a tarefa de levar o nosso legado além de onde
nossas limitações o deixaram. E seus futuros filhos terão o compromisso de
levar todos estes conhecimentos para gerações seguintes.
Em um mundo
expressamente competitivo, em que as mudanças são vertiginosas, todo este aprendizado
transmitido às novas gerações, cria uma condição singular de sobrevivência e perpetuação
da espécie humana.
Nós fomos
criados segundo a velha metáfora que dizia que educar não era dar o peixe, e
sim ensinar a pescar. Hoje, em dia este pensamento continua a vigorar como se
estivesse realmente adaptado aos novos tempos. Mas, na realidade, não está.
Se, por
exemplo, hoje eu der uma vara de pescar ao meu filho e o ensino a pescar, provavelmente,
em sua fase jovem, os meus ensinamentos relacionados ao assunto serão suficientes
para que ele possa até sobreviver com a arte da pesca.
No entanto,
em sua fase adulta, pode ser que não haja mais peixes para pescar, talvez, a
forma ensinada não seja mais adequada à captura dos mesmos.
Logo, penso
que a tarefa dos pais, neste momento, é ensinar os filhos a criar e construir
suas próprias ferramentas: fabricar sua própria vara, tecer sua própria rede,
inventar suas modalidades de pesca. Com isso, é necessário admitir com bastante
humildade que ensiná-lo a pescar não será suficiente para enfrentar os novos
desafios de um mundo em transição.
Esta
dificuldade dos pais em treinar os seus filhos para os problemas que
enfrentarão no século XXI está ficando cada vez mais evidente em função do
tempo em que o conhecimento humano se duplica. A diminuição progressiva do
tempo de duplicação, que atualmente é de cerca de 20 anos, é uma das causas das
crises existenciais entre pais e filhos.
Logo, por
mais que os tempos sejam de mudanças, não poderemos deixar de passar aos nossos
descendentes, um legado moral e ético em que o respeito e a honestidade sejam marcos
fundamentais na construção de uma nova sociedade.
Nota: Este artigo foi escrito por Carlos Luppus com adaptações do livro: Quando me conheci, de Jorge Buckay.
A Tentação de ULISSES
Stephen Bertman em seu livro OS
OITO PILARES DA SABEDORIA GREGA, narra a história de que voltando para casa
depois do fim do combate, Ulisses naufragou na ilha da deusa Calipso. Lá, os
dois se apaixonaram. Tropical e luxuriante, a ilha era lugar remoto, um
verdadeiro paraíso onde ninguém mais vivia.
Calipso sabia que Ulisses, por ser mortal, algum dia iria morrer e que ela ficaria sozinha novamente. Por isso, a bela deusa lhe deu a chance de conquistar a vida eterna, oferecendo-lhe néctar e ambrosia, os alimentos dos deuses. Se aceitasse a oferenda, Ulisses estaria livre da morte e viveria para sempre, desfrutando os prazeres dos sentidos ao lado dela.
Semanas depois de sua proposta, no entanto, ela o encontrou chorando na
praia, o olhar perdido no horizonte, tentando avistar o lar de onde partira
fazia 20 anos. Não era exatamente por sua casa que chorava, nem por saudade da
mulher, nem pelo filho que deixara ainda criança e que se tornara adulto
durante os longos anos que Ulisses passara na guerra e no mar. Chorava por
saber que precisavam dele para corrigir os erros que tinha afetado o seu reino
nos anos em que estivera fora. Somente se voltasse poderia se tornar outra vez
marido, pai e rei, agindo como só ele poderia agir, ocupando o vazio que
deixara ao partir.
Ulisses recusou a oferta de Calipso de se tornar um deus e escapar da
morte, pois escolher viver ali
significaria desistir da vida. Naquela ilha paradisíaca, onde tudo seria
previsível e seguro, disponível e gratuito, uma coisa estaria faltando: um futuro no qual ele pudesse se atirar de
corpo e alma.
Os gregos acreditavam que, durante a vida, o objetivo dos homens é
terminar uma tarefa incompleta, e que é essa missão – mesmo que vagamente
percebida – que atribui o significado à nossa existência, qualquer que seja o
perigo.
Calipso ofereceu a Ulisses
tudo o que ele era, mas lhe negou tudo o que ele poderia vir a ser.
Naquela ilha exuberante porém deserta, um deus poderia viver, mas não um homem.
Não por acaso a deusa se chamava Calipso, nome que significa “aquela que esconde “, pois, se seu amado
decidisse ficar e viver com ela para sempre,
teria ficado escondido – dos outros mas também
de si mesmo, daquele que poderia vir a ser.
No fim, não foi em busca de seu lar que ele partiu,
carregado pelas ondas numa jangada, mas daquilo
que poderia ser tornar. Observando-o se afastar pouco a pouco, remando
lentamente, até Calipso entendeu a escolha que Ulisses fez.
Nota:
Este artigo foi escrito por Carlos
Luppus
com adaptações do livro: Os Oito Pilares da Sabedoria Grega, de Stephan
Bertman
O DISCÓBOLO
O DISCÓBOLO.
Míron, escultor do século V a.C., criou uma estátua representando um discóbolo perfeitamente equilibrado no instante exato que precede o lançamento do disco. Na estátua, a pose do atleta, com os braços e as costas arqueadas, encarna ao mesmo tempo a curvatura do disco e a trajetória de seu voo, prestes a ocorrer. Ao criar a sua obra-prima, Míron quis retratar não um discóbolo em especial, mas o arremessador ideal, uma personificação consumada da excelência física e da sua busca. Tal excelência, porém, não era automática. Para atingi-la, era indispensável ter autodisciplina e determinação. Portanto, só com treinamento e concentração o atleta poderia alcançar sua meta. Por esses meios, seu potencial seria liberado e se tornaria real para que todos vissem. Embora fosse irrelevante do ponto de vista militar, o arremesso de disco fazia parte do Jogos Olímpicos porque demonstrava , de uma forma mais pura do que qualquer atividade competitiva, o fascínio da alma grega pela perfeição.
Nota: Este texto foi escrito por Carlos Luppus.
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
SER OU TER? EIS A QUESTÃO.
By Carlos Luppus
Provavelmente, este dilema
acompanha o homem desde os primórdios da civilização humana. Este tema, ser
ou ter, é tão atual, que o estamos vivenciando neste momento no chamado
mundo globalizado.
No Brasil em especial, e no
mundo de uma forma geral, vivemos uma crise econômica sem precedentes em nossa
história recente. Esta crise de certa forma está relacionada ao modelo
econômico em que estamos inseridos, baseado no contínuo crescimento de produção
e consumo.
A palavra “crise”, em grego, significa
“decisão”, “julgamento”, o que nos remete à uma reflexão de que o
momento é de convergência de pensamentos, em que se busque de forma rápida, uma
saída para este impasse social e econômico ao qual estamos mergulhados. Se faz
necessário tomar uma decisão, mesmo que o remédio seja amargo, porém de fundamental
importância para se debelar a “doença”. A saída de forma permanente para esta
crise dependerá certamente da vontade política de nossos governantes, que devem
atuar na mudança das regras da gestão pública,
do mercado financeiro e dos hábitos de consumo da população.
Desde a Revolução Industrial,
principalmente dos anos 1960, desenvolvemos uma civilização que se fundamenta
no viés mercadológico, de que progresso
é possuir mais. Os profissionais de publicidade através de técnicas
cada vez mais sofisticadas de marketing, principalmente neuromarketing, nos mais
diversos meios de comunicação, tentam nos adestrar que a felicidade é uma
conquista de posse, de propriedade. É necessário que se adquiram novos produtos e se contratem novas formas de serviço. Comprar
novos bens: carros, apartamentos, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, roupas
de grife; participar de uma vida social intensa com bons restaurantes e bons
shoppings e fazer uso de serviços de turismo, como viagens em carros, aviões e
navios, traslados para hotéis e parques de diversões; demonstram de forma
inequívoca, que o modelo implantado pelo capitalismo ocidental é motivo de
cobiça por uma parte significativa da população que faz da posse, da acumulação
e da troca permanente de bens materiais, o sentido último da existência humana.
No entanto, percebe-se de forma clara e
inquestionável que este modelo de
consumo desenfreado engasgou. Não temos mais uma economia que possa gerar
riqueza de forma contínua, em que as pessoas estejam continuamente ocupadas em
postos de trabalho com salários compatíveis com os seus gastos pessoais e
familiares. Além disso, o planeta não é um reservatório indefinido de recursos
naturais a começar pela água e pelo solo.
Diante deste contexto, acredito
que esta crise possa ter um impacto positivo diante da consciência humana, que
é em última instância, a preservação da espécie como um todo.
Acredito que esta crise não é
somente econômica e social, mas também filosófica e espiritual. E aí eu
pergunto: o que faz o homem feliz? O que realmente pode trazer ao homem o
sentido da plenitude existencial? Segundo o filósofo Martin Heidegger, “a angústia é a
sensação do nada”. Este vazio existencial que acompanha a espécie
humana desde o aparecimento dos primeiros hominídeos,
é a mesma que o atormenta nos dias atuais. Durante a sua curta caminhada por
este planeta, o homem, embora detentor da mais alta tecnologia desenvolvida até
agora por uma espécie animal, não consegue responder algumas das indagações
mais emblemáticas de sua existência. De onde viemos? O que estamos fazendo aqui?
E para onde iremos?
As tradições religiosas tentaram
fornecer instrumentos que pudessem responder a essas perguntas fundamentais.
Não entanto, não prosperaram. Algumas porque se fecharam em posturas teológicas
e morais extremamente rígidas, nem sempre se comprometendo com modelos de
virtude e respeito que apregoavam,
outras por defenderem ideologias totalmente destoantes da fé em um Deus justo e
amoroso, pregando a violência e a morte como forma inquisitória medieval de
impor a sua verdade com única, suprema, divina.
Por mais que o homem estude e
desenvolva mais ciência e novas tecnologias, existem algumas indagações que o
acompanham de forma diuturna durante a sua existência.
O ser humano pode ser
feliz e viver em harmonia com os seus pares diante de uma sociedade
inteiramente construída em torno do ideal do “eu”?
Acredito que não. Ao observar os
ensinamentos atribuídos a Buda, Sócrates e Jesus, os mesmos consideram que a
verdadeira felicidade humana estará na razão direta do despojar do direito de
posse.
Para começar, entendo que o desejo
contumaz é algo pernicioso à existência humana. Normalmente, o homem
passa a sua existência focado na busca
de tudo aquilo que lhe possa trazer prazer, satisfação, sentimento de
pertencimento. Nesta busca, ele se preocupa apenas com a acumulação de bens
materiais, riqueza, poder e soberba sobre os personagens comuns da sociedade.
O desejo de posse é algo que
atinge o homem em regiões profundas do seu cérebro primitivo. Os primeiros hominídeos em suas cavernas
enfrentavam desafios gigantescos diante da sua impotência perante às forças
indomáveis da natureza. De forma concomitante, buscavam os meios necessários à
sua sobrevivência, como água e alimentos e, tentavam se proteger das condições
nefastas impostas pelos fatores climáticos da época. Em função desta realidade,
o homem começou a desenvolver a ideia de acumular... água, alimentos,
utensílios diversos, instrumentos de caça e de defesa e, de todas a formas de bens que pudessem lhe
garantir a sobrevivência por mais dias, já que naquela época era pouco provável
que o mesmo passasse da juventude.
A busca pela posse é, por natureza, insaciável, que pode despertar
frustração e violência. Este sentimento humano pode levar o indivíduo a desejar
o que não tem, mesmo que tenha que usar de meios arbitrários e violentos para
consegui-lo.
Defendo a tese de que a vida
humana deve ser contemplada em suas necessidades básicas, em que nós devemos
ter os nossos desejos mínimos saciados
como alimentar-se, vestir-se, ter um abrigo seguro para acomodarmos a nossa
família e um emprego digno e justo para vivermos decentemente com o salário
recebido. É importante ressaltar que esta vida simples que eu preconizo deve
ser acompanhada da presença viva e duradoura do Estado em que preze à
satisfação dos serviços básicos de saúde, educação, saneamento, segurança e,
politica econômica de preços e salários compatíveis com as faixas mais pobres
da população. O homem precisa abandonar de forma gradual e contínua, o
sentimento forte, dominante e ancestral aos seus tempos de caverna, em que a
ideia preponderante era de acumular bens.
Reitero a tese de que a
aproximação do homem ao seu meio natural (Homo naturae), respirando um ar mais limpo, usufruindo de um silêncio mais
qualitativo que possa lhe proporcionar condições melhores de sono e paz interior, tendo um contato mais
próximo com os agentes da natureza, como a flora e a fauna e usufruindo de uma
vida mais simples; acredito eu, que estes fatos poderão conscientizá-lo de que, talvez, a sua felicidade
esteja mais em “ser” do que de “ter”.
Ao usufruir de uma vida mais simples, o homem
poderá ter tempo para se conhecer melhor, conhecer aqueles que o cercam,
conhecer o meio ambiente em que está inserido, admirar de forma mais
contemplativa às inúmeras formas de vida que a todo o momento nos surpreende
com sua vitalidade e sagacidade diante de seus predadores naturais. Dessa
forma, penso eu, o homem poderá aprender a conviver melhor consigo mesmo,
poderá se autodescobrir, poderá fazer a viagem ao seu interior, poderá atingir
às suas entranhas existenciais, poderá domesticar os seus “diabinhos”, poderá
entender que a felicidade humana não é um momento, pelo contrário, é algo a se atingir,
é uma meta, ela está no horizonte.
Acredito que o filósofo grego Sócrates,
que viveu aproximadamente a 470 anos antes de Cristo, chegou a mesma conclusão elencada acima, ao proferir uma
frase que lhe é atribuída: “Conhece-te a ti mesmo” . Com o
amadurecimento deste pensamento, o homem será capaz de aprender a se conhecer
melhor, aprender a se controlar, aprender a respeitar o mundo que o cerca,
sobretudo, à sociedade ao qual faz parte. Deve descobrir como amar, como viver
em parceria com os outros, como administras as suas frustrações, as suas
angústias; como conquistar a serenidade, como superar os sofrimentos cotidianos
da vida; como também, preparar-se para o final da viagem humana com dignidade,
sabedoria e sensação de missão cumprida. Porque viver é um fato concreto e
inquestionável, saber viver é uma arte. Uma arte que devemos aprender com os
mestres da sabedoria, como por exemplo: Buda, Sócrates e Jesus, procurando nos
aperfeiçoar no sentido de sermos um ser humano cada vez melhor e digno da
criação de Deus.
Nota: Este artigo foi escrito por Carlos
Luppus com adaptações retiradas do livro Sócrates, Jesus e Buda, de
Frédéric Lenoir.
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